sábado, outubro 14, 2006

   Para quem está muito ocupado e sem tempo, dizem que o melhor é conseguir algum tempo para não fazer nada. Tempo, o mais precioso bem não renovável, não pode ser criado, mas pode ser encontrado. Não quando nos preocupamos com ele, mas quando nos ocupamos dele. Quando o planejamos, podemos modificá-lo. Pensava nisso quando me deparei com esse manifesto abaixo. Espero que seja útil pra vc.
                              por Caco de Paula

SEXTA-FEIRA FELIZ

Que fique então combinado, vez em quando a gente sai pra passear.Viajemos leves, deixando o cotidiano pra trás.
Que viajar, aqui mesmo ou lá longe, amplie o universo de todos nós.
Que os próprios caminhos sejam nossos olhos para a beleza de viajar.
Que se caminhe observando, nas ruas do seu bairro, ou numa trilha distante.
Que quem ama o trabalho perceba como a pausa pode ser produtiva
Tenha ela alguns minutos, horas, dias, semanas, férias, anos sabáticos.
Que se converse sobre folgas de maneira a que se possa programá-las
Pois planejar a viagem pode ser tão bom quanto viajar ou ter viajado.
Que se imagine tudo o que se pode fazer com um dia livre.
Que se perceba como um simples dia pode inspirar e nutrir.
Que se considere seu poder quando somado ao fim de semana: três dias
Que, seja na segunda, terça ou qualquer dia, vamos chamá-lo de sexta-feliz.
Que os colegas topem colaborar com essa idéia e se beneficiar dela
Ainda que só de vez em quando, mas pelo menos uma vez ou outra.
Que os chefes percebam como folgas são necessárias e produtivas.
Que os chefes convençam os chefes deles dessa verdade.
Que especialistas de RH nas empresas percebam a oportunidade.
Que os presidentes de empresas, funcionários, liberais, donas de casas,
Que amigos conversem sobre isso, que pais e filhos falem sobre folgas.
Que todos consigam combinar algumas folgas de vez em quando.
Que não sejam só folgas de feriadões, quando tudo está mais cheio e mais caro.
Que o beneficiário de uma sexta-feira feliz tenha o seu próprio feriadão.
Que faça com ele o que bem quiser.
Que se desapegue das amarras cotidianas, se desplugue do que sempre faz.
Que considere amanhecer em um outro lugar na sexta e passear no sábado.
Que ainda esteja desfrutando da viagem e do tempo criado para si mesmo.
Quando os sons do cotidiano de domingo tocarem aqui – e não lá,
Que o desfrute desse tempo seja pleno e produtivo, mesmo depois da viagem
Para que se encontre o tempo que tem de se dar quem não tem tempo.
Que fique então combinado, vez em quando a gente sai pra passear.

Eu tenho um amigo absurdamente talentoso que teoricamente é um redator que trabalha sempre voltado para a política . Mas, para mim, ele é um dos publicitários mais sensíveis e talentosos que existe. Além de um excelente escritor.
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quarta-feira, outubro 11, 2006

Sábado fui à formatura das Engenharias da UFF. Entre os formandos, amigos e conhecidos em um total de 11 pessoas. Várias pessoas para parabenizar e desejar coisas boas! Para uma em especial, desejar tudo de melhor.
Março de 1997. Primeiro dia de aula da turma de eletrônica da Escola Técnica Pandiá Calógeras. Primeiro dia em que minha vida cruzava com a da maioria daquelas pessoas. Primeira vez que minha vida cruzava com a de Renatinha.
Os anos se passavam e eu ia conhecendo sua história (até onde sua discrição permitia), seus desafios, seus sonhos e sua fé. Suas dificuldades, sua realidade, suas prioridades e renúncias. Talvez ela nunca tenha tido real noção de como ela mexia comigo e fazia, por vezes, rever meus conceitos. Eu não corro o risco de morrer sem jamais ter dito. Só não sei se consegui dar a real dimensão de tudo isso.
Renatinha é meu exemplo de que criação condiciona mas não determina; que sonhos podem até ser adiados mas não envelhecem ( e nem por isso há lugar para a auto piedade) ; que acreditar em Deus é um ótimo investimento e que culpar o sistema é perder um tempo precioso demais.
Hoje, vendo mais uma vitória dessa pequena, me sinto orgulhosa de fazer parte dessa celebração.
Obrigada Rê.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Mudanças

Devo me mudar. Quero começar pintando meu novo-apartamento-velho. As possibilidades de cores são muitas. Aliás, eu sou muitas. Tiro máscara, ponho máscara (ponho de volta antes que a verdade me amedronte!)
Devo admitir que seria mais fácil ser a mesma, levantar todas as manhãs sem conflitos e morrer sem jamais ter duvidado. Porém, devo admitir com mais veemência que a contradição e ambivalência nos salva, muitas vezes, da mesmice.
Posso falar por mim; esta que escreve de um jeito e vive de outro; profetiza certezas e fica explicando as exceções; que pensa de um jeito, mas faz diferente; que simplifica encontros e justifica os desencontros...
Mas voltemos à mudança. Já joguei um de meus sofás fora. A sala ficou mais espaçosa e harmoniosa. Quero que utopias venham sentar-se no que ainda restou quando minha razão estiver cansada ou meu coração descrente.
Vou mudar a cama também. Sai a cama de criança. Mais uma legitimação de que estou crescendo... e crescer me assusta. Aliás, sou, essencialmente, nostálgica. Uma vez fiz um desses testes de personalidade e lá disse que eu não aproveito a intensidade do momento em sua plenitude; mas que sozinha eu posso lembrar da sensação com uma fidelidade incrível e revivê-la. Não duvido. Repasso fotos, fatos e emails um tantão de vezes! Se você pudesse flagrar um desses momentos veria eu novamente rindo ou chorando; com raiva ou comoção e, claro, escrevendo as minhas fantasias, delícias, demagogias, dor, perplexidade e até mesmo sobre a palavra na hora errada e o silêncio na hora em que teria sido melhor falar.
Por fim a cozinha onde não devo fazer nada. Até porque não faço nada nela mesmo! Rs...
Ops , por enquanto ! Uma vez estimulada posso surpreender. Posso mobilizar pessoas para me ensinarem e ser uma aluna dedicada! Posso até fazer um prato que peça um vinho...
... e divagar sobre ações, omissões e, quem sabe, mudar bem mais que de apartamento.

Skinny models

* Esse post eu escrevi há mais de 2 semanas. O assunto foi, inclusive, abordado no Fantástico. Mas resolvi postar mesmo assim. *

Hoje li uma matéria que foi publicada no site da BBC no dia 13/09. O título da matéria é “Skinny models”.
Sua autora, Danny Wood, relatava a inédita iniciativa dos organizadores do Madrid Fashion Week de calcular o BMI ( Body Mass Index , por nós conhecido como IMC ou ainda, Índice de Massa Corpórea, que pode ser calculado dividindo nosso peso por nossa altura ao quadrado) para escolher as modelos que desfilariam nesse ano sob o critério de estarem dentro dos níveis aceitáveis.
Essa seria a resposta à pressão do governo local e ao protesto feito no ano passado pela Associação Médica e Mulheres de Grupo de Direita que eram contra a participação das mulheres “unhealthlly skinny”.
A Associação Mundial de Saúde considera como normal uma pessoa que tem esse índice entre 18,5 e 25. Foram encontradas modelos com IMC de 14 !!! Para se ter uma noção do que isso representa, é como uma pessoa de 1,80m pesar 45,5 kg!!!
Isso me levou a refletir sobre os padrões de beleza atuais...
Acredito que há duas frentes; a primeira é a beleza esquálida da qual a matéria falava. Padrões de beleza cada vez mais exigentes (e contestáveis) fazem as mulheres se privarem de alimentos essenciais e, consequentemente, deturparem o conceito de saúde. Resultado disso é o crescente número de anorexia e bulemia registrado, pelas associações médicas, nas aspirantes a Gisele Bundchen .
A outra frente a qual me refiro é mais tupiniquim. A mulher boazuda, normalmente mais baixa, mas nem por isso menos exigente. Barriga sarada, coxa grossa, bunda e seios grandes e pele bronzeada. Lotam-se academias, clínicas de estética, salas dos endocrinologistas e, claro, psiquiatras!
E no meio desse fogo cruzado estamos nós, reles mortais, dedicando pelo menos 48h semanais para o trabalho, fazendo cursos de línguas, MBA´s ou mestrados e vendo nossas ações despencarem na bolsa e nossos sonhos desafiados pela combinação tempo X custo X obrigações X pressão social.
Eu penso que o “áureo mediocritas” ainda é a salvação para não pirar, mas por que isso? Que tal as agências, antes de formarem seu casting, visitarem a África onde os 45,5 kg são comuns e motivo de revolta para com esse sistema agressivo de distribuição de renda? E que tal as clínicas de estética serem estimuladas a identificar, como grande filão, os casos de queimaduras graves ou quelóides pós-cirúrgicas?
Então a celulite, de uma vez por todas, seria considerada mais uma característica do homem que se torna belo e interessante justamente por não ser perfeito...
... e ter muito o que aprender...