segunda-feira, maio 19, 2008

Silêncio Prudente

- TM dia 23/05 no Rio! – surge a nova mensagem em meu orkut há um tempo.
- Já sabe o que fará no fds do TM no circo voador? – volta a surgir na semana passada

Já sabia do show (que espero ansiosamente, desde o ano passado, que aconteça do lado de cá da Rod. Presidente Dutra) quando a primeira mensagem foi enviada. Só não espalhei a boa nova. Logo percebi que seria no fds do único feriado que vou emendar e último do ano que cairá em um dia de semana.

Achei o silêncio prudente. Depois que você pega o verdadeiro gosto de viajar, fica difícil alguém te convencer a ficar por aqui para assistir a um show, ainda que seja do Teatro Mágico pela primeira vez. Eu quero é fazer um programa que justifique os QUATRO dias que tenho pela frente! Pode ser bem pertinho, no interior de São Paulo ou Minas Gerais. Ou ir mais longe e voltar às ruelas de Pipa por dez suaves parcelas, sem juros, na nova promoção da Oceanair. Eu quero sustentar esse vício, nem que eu tenha que navegar a madrugada inteira para encontrar a passagem de R$ 1 que eu nunca consegui comprar na GOL. Eu quero cair na estrada, botar as malas no carro de alguém ( sufocaaaaa ) ou no primeiro ônibus que siga para a ilha, para a serra, para o mar. Eu quero é comer um bom peixe capixaba ou um bom prato no Temático de BH. Eu quero tomar banho nas lagoas que renascem nos Lençóis Maranhenses. Eu quero conhecer Machu Picchu. Eu quero voltar a tentar esquiar. Eu quero visitar uma tribo indígena. Eu quero tomar banho de rio. Eu quero comprar o casaco barato de Buenos Aires, que eu deixei para o último dia e não comprei. Eu quero aprender a dançar salsa em Cuba, Joropo na Venezuela ou forró em Itaúnas. Eu quero falar francês na Martinica.

Eu quero ficar com vontade de voltar pra casa, tomar um banho quente e me enrolar no edredom. Baixar fotos, contar histórias e, pouco a pouco, ter a sensação que o mundo continua igual. Ou que está diferente e, por isso mesmo, é imprescindível conhecer de novo – e mais.
Eu quero mesmo é voltar segunda-feira cansada, muito cansada. E em paz.

sexta-feira, maio 16, 2008

A Onu propõe que se consagre o dia 15 de maio e toda esta semana para aprofundar este direito e divulgar esta atitude pacifista.

O dever de desobedecer

Por Marcelo Barros - Adital - de São Paulo

Obediência é uma virtude aconselhada por todas as tradições religiosas. A espiritualidade ecumênica compreende a obediência como abertura pessoal e livre que leva as pessoas a escutar interiormente e acolher positivamente apalavra e as propostas de outro. Esta obediência, adulta e responsável, baseada na liberdade do coração e realizada através do diálogo franco e aberto conduz a pessoa a superar seus limites interiores e a aventurar-se nos caminhos do amor. Em um mundo que privilegia o individualismo e se organiza em função do lucro, esta obediência propõe a colaboração mútua no lugar da competição e contém um elemento subversivo à mesquinhez do mundo. Nada tem a ver com a subserviência ou simples submissão muitas vezes sugeridas pela sociedade atual que valoriza a obediência como questão de disciplina.

Em sociedades que estimulam o militarismo e o uso de armas, muitas pessoas de fé têm desobedecido a leis e se negado a participar de guerras e de violências. São milhares os jovens israelitas que se negam a lutar contra palestinos. No mundo inteiro, a cada dia, aumenta o número dos rapazes e moças que praticam e divulgam a objeção de consciência. Trata-se da atitude de quem, por convicção religiosa, social ou política, se nega a pegar em armas e a participar de guerras ou atos violentos.

A ONU propõe que se consagre o dia 15 de maio e toda esta semana para aprofundar este direito e divulgar esta atitude pacifista. Só se reconhece a dignidade humana onde a consciência individual e a fé de cada grupo forem respeitadas. Em vários países, a objeção de consciência é direito civil, reconhecido por lei. No Brasil, a Constituição garante a todos os brasileiros o direito de fazer um serviço civil no lugar do serviço militar obrigatório. Entretanto, as leis complementares não foram sancionadas e, por isso, este direito ainda não se pode exercer e poucos brasileiros têm consciência disso.

Homens e mulheres, admirados no mundo inteiro, alguns até premiados com o Nobel da Paz, foram ou ainda são, em seus países, considerados como rebeldes e desobedientes. Para os budistas tibetanos, o Dalai Lama, é a 14a reencarnação do Buda da Compaixão, enquanto que, para o governo chinês, é um dissidente, desobediente às leis. O prêmio Nobel da Paz foi dado a dois latino-americanos: Rigoberta Menchú viveu anos sem poder voltar à Guatemala para não ser morta. Adolfo Perez Esquivel foi, durante anos, ameaçado de prisão na Argentina. No Brasil dos tempos da ditadura militar, Dom Helder Camara, que, por pressão do governo, não recebeu o prêmio Nobel, era escutado no mundo inteiro, enquanto, em nosso país, os meios de comunicação não podiam divulgar nada que falasse em seu nome. No passado, Gandhi e Martin Luther King foram presos e condenados como desobedientes às leis vigentes. Para os católicos, muitos mártires são testemunhas da fé. Muitos deles foram condenados à morte por se negarem a reconhecer o imperador como divino e outros, por objeção de consciência ao serviço militar. Do ponto de vista da fé, são heróis, mas a sociedade da época os condenou como desrespeitadores das leis vigentes e até criminosos.

Conforme a Bíblia, quando as autoridades de Jerusalém proibiram os apóstolos a falar no nome de Jesus, estes responderam: "Entre obedecer a Deus e aos homens, é melhor obedecer a Deus" (At 5, 29).

Objetar é opor-se determinadamente a cumprir uma lei que fere a consciência. Há objeção de consciência quando a pessoa se nega a cumprir ordens anti-éticas, ou que firam a vida. Em alguns países, cidadãos adquiriram o direito de saber a destinação exata do dinheiro que resulta do pagamento de seus impostos. No Peru, um soldado foi morto por seu oficial porque se negou a torturar um prisioneiro. Nos Estados Unidos, religiosas foram presas porque, para protestar contra a guerra do Iraque, transpuseram o portão da Escola Militar das Américas.

Se a objeção de consciência é direito de toda pessoa diante do poder social e político, com mais razão ainda, as religiões e Igrejas devem reconhecer o direito à dissidência e à objeção de consciência diante de um poder religioso autoritário ou, por qualquer razão, injusto. A negação deste direito abre a porta ao fundamentalismo religioso, hoje, responsável por tantos atos de intolerância e violência. O que, na Bíblia, caracteriza a fé cristã é o aprendizado da liberdade interior e social. Paulo escreveu aos Coríntios: "Onde estiver o Espírito do Senhor, aí haverá liberdade" (2 Cor3, 17). E aos Gálatas: "Foi para que sejamos livres que Cristo noslibertou. Vocês não devem aceitar, por nenhum pretexto, voltar à situação de não liberdade" (Gl 5, 1. 13).

Marcelo Barros é monge beneditino, teólogo e escritor, com 32 livros publicados, entre os quais, A Festa do Pastor, romance sobre o Pentecostalismo. (Ed Rede- Goiás).

quarta-feira, maio 14, 2008

Vai ver que é por isso que não tenho escrito por aqui.... :P

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal...
Tchau....
Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, maio 01, 2008

Um francês me ensinando a ter orgulho de ser brasileira...

Terça feira, antes de começar uma palestra na empresa onde trabalho, conversava com um gerente cujo sonho era ter nascido europeu. Mais precisamente francês. Começou a divagar sobre a dificuldade de se encontrar vantagens e orgulho de ser brasileiro.


Antes que eu falasse qq coisa, eliminou o futebol e partiu para a fórmula 1. Perguntando-me quem teria sido o maior campeão da competição, inocentemente respondi q era o M. Schumacher. Ele fez cara de Monalisa e , segundos depois, descobri o motivo de tal decepção: ele queria ter ouvido um sonoro Ayrton Senna para começar seu discurso que a tecnologia que o fez campeão não era brasileira ( carro, pneu e equipe como um todo). Rótulos a parte, acredito que ele seja um amante da tecnologia e perfeccionismo e não se sensibiliza muito com discursos de mata atlântica, praias paradisíacas e um povo único e feliz.

O assunto não se estendeu porque chegara a hora da palestra e qq réplica de minha parte ficara, TALVEZ, para outra hora.

Mas o interessante de tudo isso aconteceu hj, dia 1º de maio. Entrei no MSN e encontrei online o Olivier. Quase nunca o encontro.... tenho a impressão que foi a 2ª vez. Ele é um francês que conheci em Cairns ( olha Cairns sendo assunto novamente de um post) em minha última semana lá. Hoje ele está em Towsville trabalhando em uma fábrica de piperlines de plástico.

Uma dica : Se vc, algum dia, for a a Austrália, visite a Maggie Island cujo trajeto é feito a partir de Towsville! É um paraíso de praias maravilhosas ( ops... acho que o gerente do qual falei não quereria ser australiano tb! rs...) e trilhas bacaníssimas onde, com sorte, vc pode ver coalas livres e , geralmente, dormindo! Uns fofos!

Bem...mas voltando ao Olivier, ele me chamou pra conversar , perguntou como eu estava e disse estar um pouco triste. Eu perguntei o porquê e ele disse:

- Que coincidência ! Hoje faz 14 anos que meu maior ídolo morreu e encontro vc.

Logo me lembrei de nossa conversa durante um barbie no Lagoon onde ele me falou sobre seu amor pelo Ayrton Senna. Ele coleciona camisetas e jornais além de saber muuuito sobre as vitórias, equipes e campeonatos do ídolo. Disse que seu sonho era vir ao Brasil para conhecer o Instituto A. Senna e o autódromo de Interlagos. Rio ? Sim..mas para conhecer o autódromo de Jacarepaguá !

Há poucos minutos sai do chat e resolvi vir aqui postar. Em um dia estou com um brasileiro que queria ser francês e exemplificou nossa mediocridade diante da tecnologia com o caso Ayrton Senna. Dias depois, converso com um francês que queria vir ao Brasil ver de perto o que conhece melhor do que muitos de nós. Algo que diz muito mais ao coração. Um reconhecimento à personalidade e competência de um brasileiro que fez SIM a diferença para que toda aquela tecnologia se traduzisse em vitórias e que, por isso, fazia milhões de brasileiros se sentirem mais brasileiros nas manhãs de domingo.
O ídolo dele poderia ser o francês Alan Prost. Mas ele preferiu Ayrton Senna.

Acho que todos nós devemos ter sim algo a se admirar em ser brasileiro. E espero que não se precise ir tão longe pra descobrir isso.

Eu e Olivier fazendo o "V" que os "Koreas" e "Japas" tanto fazem nas fotos... rsrs