domingo, maio 27, 2007

Fazendo as malas...

Se meu visto chegar, sexta embarco para a Austrália. Mais precisamente, Cairns.
Algumas pessoas que sabem disso têm me perguntado porque lá se é tão longe e tem tantas coisas legais pra conhecer aqui por perto. Outros, sabendo que eu me inscrevi em um curso de inglês , lembram do sotaque bem particular do país e me sugerem o Canadá.
Deixa eu explicar uma coisa : quando tinha 14 anos e todas as meninas de minha idade sonhavam em ir pra Disney, eu sonhava em ir pra Austrália. Em meu coração, A Opera House substituia a Magic Kingdom ,
The Great Barrier Reef a Epcot e os cangurus e koalas tomavam a vez dos fofos Mickey e Minnie.
Devido às condições da época, acabei não indo nem pra um, nem pra outro. Meu destino foi Beto Carreiro Would!
Dez anos depois, me vi tirando férias e tendo que decidir entre descansar ou estudar, viajar ou comprar um carro, fazer tudo ou não fazer nada.
Já de início tinha um primeiro desafio - o tempo. Caso eu decidisse fazer um curso, eu tinha simplesmente quatro dias para ver tudo e escolher destino e escola. Os outros poderiam esperar um pouco mais. Optando por essa primeira possibilidade, várias agências começaram a me desencorajar por esses e outros motivos ( passagem cara, visto, vacina de febre amarela...)
Foi então que nesse exato momento um filme passou por minha cabeça e percebi que poderia ser a minha grande opotunidade de realizar um sonho de infância. Mais do que isso; me convencer, de uma vez por todas, que minha capacidade de realização pode ser maior que a passividade e correria diária que tentam me convencer do conrário. E que, decididamente, sonhos não envelhecem.
Mensurar sonhos ainda não posso. Talvez um dia eu consiga e esses valores serão suficientes para que todas as pessoas entendam algumas de nossas decisões.
Às pessoas que me apoiaram e acharam um máximo, - essas em número infinitamente maior - meu agradecimento e afeto. Voltarei com histórias e fotos . E possivelmente, uma pessoa melhor.



ps.: Não devo postar durante essa jornada... daqui a 45 dias, eu "julho' que volto.

terça-feira, maio 22, 2007

A Alma Imoral

Já postei por aqui sobre minha cidade natal. Agora, me encontro poucos Km´s distantes desta e , só agora, resolvi fazer o reconhecimento desse novo terreno que "escolhi" para passar meus vinte e poucos anos... Resende/ RJ. Há algumas semanas saí a noite pelas ruas do centro velho acompanhada apenas com minha câmera fotográfica . A iluminação da Matriz está (é) linda, a câmera municipal encantadora e a ponte velha preserva, de forma ímpar, lindas teias de aranha em cada uma de suas luminárias vermelhas que, de fato, são muto aconchegantes e acolhedoras. Ontem , caprichosamente, Resende me mostrou mais uma de suas agradáveis facetas; o teatro! Desde o dia 18/05 e até o dia 26/05 acontece o VII Festival de Teatro de Resende onde, por apenas 1 real, você pode assistir uma das dezenas de peças que constam na programação. Quando fiquei sabendo que "A Alma Imoral" estaria no Cine Vitória, na segunda-feira, vi que, de fato, era um evento especial. Para quem não sabe, essa peça foi muito bem aceita pela crítica. Ela começou despretensiosamente no SESC Copacabana e , com seu texto de rara profundidade e ainda assim leve e com pitadas certeiras de humor (em grande parte graças ao talento da atriz ) logo passou para o Teatro Leblon - sempre com lotação máxima. Ela é uma adaptação da atriz Clarice Niskier do livro , de mesmo nome, escrito pelo rabino Nilton Bonder. Confesso que nunca li nada dele mas tenho a impressão que isso mudará em breve! A série de reflexões é quase pagã e pode causar alguma perplexidade, mas autor e atriz conseguem iluminar o delicado equilíbrio entre a moral que nos contém e a imoral que nos impele e nos torna humanos. A peça defende que nossa alma precisa de um espaço escuro onde a luz das suas idéias e transformações lançam a única luz vestindo-nos de sentido. A atriz , após breve conversa com o público, que é convidado a deixar de lado sua análise racional demais mas ao mesmo tempo que não o faça 100% para que não se torne leviano, se despe totalmente. Mais uma confissão : ainda que já precavida de tal acontecimento, fiquei impressionada e não assimilei as primeiras duas ou três frases do monólogo. Mas, estranhamente, me vi confortável e envolvida pelo contexto e logo me voltei aos textos de temáticas polêmicas e inquietantes; traição e tradição, preservação e evolução, corpo e alma... que, pouco a pouco, transformavam conceitos de certo e errado imutáveis ...dando-os flexibilidade e fluidez assustadoras ... Ao final, além de sairmos com nossas idéias borbulhando, ficamos com a impressão de que o teatro precisa de muito pouco para acontecer de forma transformadora e ,que esse pouco , é muito.

Vendo Beleza onde quase ninguém vê... Resende - RJ




Clarice Niskier



domingo, maio 20, 2007

Hoje estou ... Amyr Klink !

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink

terça-feira, maio 08, 2007

Sonhos não envelhecem...

Preciso postar sobre isso mas amanhã tenho uma prova de Francês e...bem...chegou a hora de estudar (C´est la vie ...) ! Volto em breve pra divagar sobre esse sonho que se realizará em poucos dias...
ATÉ LÁ !
Bisos

sábado, maio 05, 2007

Para pensar ....

Esbarrei com Clarice e ela me disse isso aí ...

" Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual defeito sustenta o nosso edifício inteiro." (Clarice Lispector)

... será ?