quinta-feira, outubro 05, 2006

Skinny models

* Esse post eu escrevi há mais de 2 semanas. O assunto foi, inclusive, abordado no Fantástico. Mas resolvi postar mesmo assim. *

Hoje li uma matéria que foi publicada no site da BBC no dia 13/09. O título da matéria é “Skinny models”.
Sua autora, Danny Wood, relatava a inédita iniciativa dos organizadores do Madrid Fashion Week de calcular o BMI ( Body Mass Index , por nós conhecido como IMC ou ainda, Índice de Massa Corpórea, que pode ser calculado dividindo nosso peso por nossa altura ao quadrado) para escolher as modelos que desfilariam nesse ano sob o critério de estarem dentro dos níveis aceitáveis.
Essa seria a resposta à pressão do governo local e ao protesto feito no ano passado pela Associação Médica e Mulheres de Grupo de Direita que eram contra a participação das mulheres “unhealthlly skinny”.
A Associação Mundial de Saúde considera como normal uma pessoa que tem esse índice entre 18,5 e 25. Foram encontradas modelos com IMC de 14 !!! Para se ter uma noção do que isso representa, é como uma pessoa de 1,80m pesar 45,5 kg!!!
Isso me levou a refletir sobre os padrões de beleza atuais...
Acredito que há duas frentes; a primeira é a beleza esquálida da qual a matéria falava. Padrões de beleza cada vez mais exigentes (e contestáveis) fazem as mulheres se privarem de alimentos essenciais e, consequentemente, deturparem o conceito de saúde. Resultado disso é o crescente número de anorexia e bulemia registrado, pelas associações médicas, nas aspirantes a Gisele Bundchen .
A outra frente a qual me refiro é mais tupiniquim. A mulher boazuda, normalmente mais baixa, mas nem por isso menos exigente. Barriga sarada, coxa grossa, bunda e seios grandes e pele bronzeada. Lotam-se academias, clínicas de estética, salas dos endocrinologistas e, claro, psiquiatras!
E no meio desse fogo cruzado estamos nós, reles mortais, dedicando pelo menos 48h semanais para o trabalho, fazendo cursos de línguas, MBA´s ou mestrados e vendo nossas ações despencarem na bolsa e nossos sonhos desafiados pela combinação tempo X custo X obrigações X pressão social.
Eu penso que o “áureo mediocritas” ainda é a salvação para não pirar, mas por que isso? Que tal as agências, antes de formarem seu casting, visitarem a África onde os 45,5 kg são comuns e motivo de revolta para com esse sistema agressivo de distribuição de renda? E que tal as clínicas de estética serem estimuladas a identificar, como grande filão, os casos de queimaduras graves ou quelóides pós-cirúrgicas?
Então a celulite, de uma vez por todas, seria considerada mais uma característica do homem que se torna belo e interessante justamente por não ser perfeito...
... e ter muito o que aprender...

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