domingo, abril 25, 2010

Dia do Índio.

Sim, o dia do Índio foi dia 19; mas vira e mexe a gente faz alguns programas em homenagem a eles um pouco depois da data comemorativa.
Um parênteses: Eles também têm um dia específico; vale o comentário do post anterior. Fecha parênteses.
Mas nem foi o caso. Só escrevi isso porque a gracinha é boa e eu não tenho onde colocá-la depois que começar a falar sobre o meu dia de conhecer um índio... que, a propósito, foi no dia da Terra. Excelente coincidência; se é que vocês me entendem.
Bom, mas vamos aos fatos...
Aproveitando que eu troquei o feriado de Tiradentes de quarta para quinta ( ok...ok... vou me segurar para não fazer outra piadinha tosca de enforcar o feriado do enforcado Tiradentes...) saí para comprar um sapato para trabalhar nos dias de frio que, talvez, virão.
Chegando em uma sapataria, parei em frente a vitrine e, rapidamente, veio um vendedor com sotaque nordestino oferecendo ajuda. Virei para ele e, não sei bem porquê, já me vi perguntando de onde ele era.
- De Alagoas.
- Sério ? E por que você está em Volta Redonda agora?
Foi a deixa para ele me contar sua história. Paconé ou algo parecido (não sou boa em guardar nome de pessoas, lugares, bebidas e comidas... por isso anoto ou fotografo tudo; ou deveria) era um índio legítimo de uma tribo que já ignoro o nome também =/. Demonstrei um misto de interesse e espanto e ele foi logo abrindo a carteira para me mostrar sua identidade. Órgão expedidor ? Funai! Já esquecendo dos sapatos ficamos conversando. Na verdade, era uma entrevista! Fui jogando uma pergunta atrás da outra como flechas! (Mais uma ! Hoje estou impossível)
Bom... descobri que ele chegou em VR por intermédio de um senhor voltaredondense que o conheceu lá na cidade em que estudava e continuou mantendo contato. Esse senhor tinha um genro que tinha uma sapataria e lá estava ele, oferecendo botas e outros calçados que nenhum índio de outros tempos pensaria em usar.
Perguntei se ele não preferia voltar para sua comunidade. Ele disse que não. Sua geração tinha estudado e queria ir para a cidade "grande" ganhar dinheiro. Além disso, embora seu tio fosse o cacique da tribo e ele, seu provável sucessor, agora não era mais aceito nos rituais porque tinha se convertido ao cristianismo. Nesse momento a conversa chegou em seu clímax! Eu já estava me preparando para fazer as perguntas mais perturbadoras sobre esse assunto sempre tão polêmico quando uma cliente o cutucou e pediu para experimentar uma rasteirinha sem graça.
Ela nem percebeu a rasteira que me deu.

2 comentários:

Unknown disse...

definitivamente vc poderia ser jornalista

Unknown disse...

(2)rsrsr