quarta-feira, maio 26, 2010

A Ditadura do Celular

Eu não sei se você acha que o celular é uma bênção ou uma prisão. Se é instrumento de interação ou beira a falta de educação. Se diminui ou aumenta a distãncia entre as pessoas. Só sei que para mim ele não representa a mesma coisa que para a maioria da sociedade brasileira.
Eu tenho um modelo sem câmera e levante o mouse quem também tem! Ok... talvez você use um notebook e nem tenha mouse pra levantar...mas um celular com câmera eu aposto que tem! Não troquei porque o meu ainda funciona; ainda que com as músicas padrão porque não tem tecnologia para baixar "rebolation". Não troquei porque é uma pequena contribuição que posso dar ao planeta que ainda não sabe o que fazer com todo o lixo eletrônico que estamos gerando (embora eu tenha a ligeira impressão que ele pensa em nos expulsar de cima dele).
Na empresa em que trabalho não se pode entrar com qualquer tipo de celular e talvez isso tenha contribuído para a minha posição blasé em relação ao aparelho que simboliza a era da comunicação !
Eu acho que o brinquedinho está cada vez mais atrativo; acho incrível a possibilidade de ver TV, acessar a Internet, baixar emails, registrar um furo e falar com o Japão com uma facilidade inédita; um dia talvez use a maioria desses recursos. Meus filhos, certamente não imaginarão a vida sem. Mas eu ainda preciso não vivenciar tudo isso para que aconteçam coisas como hoje...
Estou com a dorzinha do braço novamente ( já postei sobre umas 2x e me recuso a dar mais ibope a essa senhorinha irritante) e fui ligar para uma clínica na tentativa de ser atendida ainda hoje. Como tenho 3 cartões telefônicos que não sei nem se têm crédito, resolvi ligar do orelhão e poupar meus R$3,91 de crédito ( Sim...ainda não fui seduzida a ser "um ligadooooooooooor").
Do outro lado da rua são dois orelhões; um não funcionava e o outro não aceitava cartão. Fui malandra e não o coloquei "com vontade" porque me lembro de já ter perdido um cartão por lá. Existe o buraco mas não tem nada ali dentro e acaba caindo sem possibilidade de recuperação! Já era! Andei mais alguns metros até a padaria onde mais dois orelhões não os aceitavam. Um engoliu o cartão que tinha o Ronaldinho Gaúcho estampado (!); o outro está até fechado com papel; no mínimo alguém que perdeu o seu criou um "verrou" para outras pessoas não caírem na mesma cilada. ( que pena que ele não fez nos 2).
Já indignada, fui para os 2 que ficam no final da rua. Em vão. Por fim, não acreditando nisso e já bolando um discurso para a empresa de telefonia, cheguei até a rua principal e, adivinhem ? Os dois orelhões não tinham nem sinal de vida. Em um deles o cartão entrava por um lado e saia pelo outro! Pelo menos saía. Ha ha ha.
Foram ao todo 8 orelhões inúteis.
Fiquei pensando como seria o sistema; uma situação providencial em uma realidade onde a empresa responsável também opera na telefonia celular? Simples falta de reclamações dos usuários que, na verdade, são tão poucos que não disparam uma ordem de serviço para arrumá-los? Um bairro central cuja demanda é quase nula ?
Por essas e outras o celular vira um ítem de primeira necessidade. Uma revolução (ou um desrespeito) silenciosa acontece e eu preciso de uma dor no ombro para perceber e refletir sobre. Está na hora de pararmos para observar mais o mundo a nossa volta. Está sim.

2 comentários:

Clara del Valle disse...

O meu celular só tira foto pq ganhei do meu irmão! Se dependesse de mim, ainda usaria um que só fizesse ligações e enviasse SMS. Só preciso disso.

Sabe que reparei que no shopping não tem mais orelhão? kkkk

Unknown disse...

CÀ estou eu de novo admirado com a forma como vc escreve(e não só com isso)...