sábado, março 29, 2008

Dia 7 - tarde

Escrevo em meio aos protestos dos monges em Kathmandu... preocupada...
(...)

Resolvemos olhar o menu e descobrimos comidas familiares ! Pensei: “Hum...tomara que não tenha temperos indianos” e pedi um macarrão com frango, molho de tomate, champignon e queijo.
MARAVILHOSO! Parecia comida de mamãe! E o preço? Rs 650,00 ( cerca de 32,50 reais para duas pessoas)
Ficamos lá uns 30 min conversando e depois fomos para nossa cabana. Antes, porém, avistei um ninho de pavão. Vários ovos!
As cabanas ficam a 7 km dali. Fomos de jipe deserto adentro. Chegando lá me impressionei com a estrutura: 30 cabanas fofas (com cama, banheiro, energia, espelho e água quente), restaurante e camelos para passeio. Atrás, lindas dunas.


Ficamos conversando do lado de fora até dar a hora que combinamos de andar de camelo. Queríamos fazê-lo no pôr do sol. É engraçado subir e descer no animal...depois, é como andar a cavalo. O da Clá tinha muito mais adornos que o meu...mas fazia xixi e cocô toda hora! O meu era pobre mas limpinho hehehe.
Subimos as dunas e começou a esfriar rapidamente. E ainda veríamos o sol-queijo-suíço tomando uma cor avermelhada para se despedir triunfante. Absurdamente lindo!





Voltamos e fomos jantar. Felizmente tinha massa novamente! Depois fomos dormir porque acordaríamos às 6h30 da matina para seguir viagem.
Ah, já ia esquecendo... no caminho, vimos o exército fazendo treinamentos e se deslocando com carros, caminhões e tanques de guerra. Como estávamos bem próximos da divisa com o Paquistão, acredito que haja alguma base militar por aqui...

segunda-feira, março 24, 2008

Dia 7 - manhã

Acordamos às 7h10. Tomei banho e café. Ao sair do restaurante, um funcionário do hotel me chamou para ver o lago cheio de algas e bastante seco. Acredito que eles esperam ansiosos a estação das monções.
Havia uma família do outro lado do rio e ele disse que estavam pescando. Eu perguntei:
- Tem peixes nesse lago?
- Claro! Do tamanho das suas pernas!
- Ah, tá!
Voltando, ele quis me mostrar a sala da casa do dono de tudo aquilo. Na parede, as fotos de todos. Com isso descobri que o senhor que nos cumprimentou no restaurante, na noite anterior, era um marahaja e não o maître! Hahahaha
Por fim, o funcionário mostra o recorte de jornal que noticia a passagem da Madonna por ali no réveillon. Eu estava no hotel que ela se hospedou por 3 dias. Só isso. Seu orgulho em contar era enorme. E o bilhete que ela escrevera pra ele, um tesouro! Parabenizei-o e me despedi.
Partimos então para Manvar onde acamparíamos e ainda teríamos muita aventura!
A estrada vai cortando o deserto do Thar de fora a fora. Extremamente árido. No caminho, mais camelo, vaca, cavalo e pessoas.
Embora não seja muito longe, o super carro que descobrimos valer 900000 rúpias (R$45000, 00) vai a 60/80 km/h na estrada vazia.
Ao chegarmos, descemos e fomos reconhecer o terreno. Muito bonito e 50000 pessoas querendo ajudar.

Oh, quantas tips pra dar! :P

quarta-feira, março 19, 2008

Pensando em mudar... uma viagem ?

Ainda não parei de escrever sobre a minha viagem ( isso tem nome de revista...rsrsrs) para a Ásia. Ainda há muito o que contar. Apenas uma pausa para dividir uma dúvida que paira sobre minha mente...
Por vezes já pensei em mudar o nome desse blog.

" Pelas ruas que andei..." ;
"Se perguntarem por mim diz que fui por aí" ;
ou ainda " Foto & Grafias".

Talvez como um divisor de águas onde tornaria o blog um pouco profissional e segmentado. Sobre viagens - naturalmente.
Seria recheado de dicas alternativas de cantinhos e cantões ainda pouco explorados, histórias das minhas viagens, fotos de lugares bacanas e etc...
Uma diversão (ou quem sabe uma prévia ?) com o que eu gostaria de trabalhar de fato. Tenho uma invejinha gostosa de quem é patrocinado para fazer essas viagens em troca de relatos de suas experiências ! Faria viagens de um final de semana, uma semana inteira , meses e até anos!
(Ui! Só de pensar já arrepiei os pelinhos do braço!)

É isso...fica aqui uma pequena confissão de mais um sonho e um forte abraço.

domingo, março 16, 2008

Dia 6 - tarde

Fomos almoçar. É sempre a mesma coisa: frango picante, batata picante, arroz, vegetais e queijo picante. O momento ruim da viagem!!
Seguimos então para Rohet. É uma pequena vila bem pertinho de Jodhpur (40 Km). No hotel, Bruce Chatwin escreveu The Songlines e Willian Dabrymple começou City of Djims (e eu, meu diário de bordo! Hahaha).
Chegamos 17h30, uma hora depois do que consideram um horário bom pra fazer o Jeep Safári. Ok, nós fomos mesmo assim! RS550,00.
Partimos para o deserto. No caminho, cervos, pássaros, pavões, pessoas e poeira, muita poeira! Tiramos fotos e seguimos.
A primeira parada foi em um casebre de uma família de baixa casta. Uma família de Bishnois. Essa é uma vertente do hinduísmo cujos membros têm que seguir 29 regras ( Bishnoi é 29 no dialeto deles). Dentre elas, não comer carne, proteger a natureza e os homens vestirem-se de branco. São os únicos hinduístas que não são cremados uma vez que, para isso, precisa-se cortar árvores e eles não o podem fazer.
Não há energia, saneamento ou comércio por perto.
Nessa casa estavam o dono, a esposa, a filha e quatro netos. Todos com os olhos pintados – inclusive os meninos. Aliás, eita olhos expressivos e curiosos!
Despedimos-nos e depois fomos a uma pequena comunidade de 100 famílias de casta alta. Lá já havia eletricidade, mais motos e animais também.
Embora a casa em que entramos fosse muito simples, tudo tinha seu lugar e era bem limpa. A dona nos ofereceu Massala Tea; uma delícia! Tomamos, agradecemos e fomos para outra parte da vila onde fariam a Opium Cerimony para que víssemos como funcionava.
Na cerimônia, somente homens, em sua maioria idosos, participam. Tiram a seiva da flor e para cada parte de seiva colocam 2 partes de açúcar e 20 de água mineral. Fervem e filtram. Depois, pronunciam algumas coisas e tomam três goles; um para cada um dos três deuses principais do hinduísmo.
Também existe o Opium petrificado. Achei muuuito amargo! Por fim, o cigarro que só os mais velhos fumam frequentemente para lhes dar energia...Pegamos o caminho de volta e fomos agraciados com um pôr de sol maravilhoso! Chegamos, jantamos (tsc...tsc...) e fui tomar banho porque tinha brincado com terra. E quanta terra ! :P

terça-feira, março 11, 2008

Índia – Dia 6 Manhã



Não dormi bem. Se meu pé gela, não durmo mesmo! Às 4h da manhã acordei para colocar uma blusa enrolada nele e, só então, dormi.
Pedimos para nos acordarem às 7h e assim foi. Tomamos café e fizemos check out.
Partimos de Udaipur às 09h30min com destino a Ranakpur para conhecermos o Chaturmukha Jain Temple que, como o próprio nome já diz, é Jainista.
No percurso, 2h30 de poeira, chão batido, vilarejos, mulheres com seus saris coloridos, homens com seus bigodes ou turbantes, vacas, camelos, árvores, obras na rodovia, macacos e muita, muita buzina.
O lugar é bem remoto; fica no Vale do Arvallis. E o templo é bem grande, rodeado por montanhas... Sua arquitetura é linda e delicada porque por dentro é totalmente lapidada com inúmeros símbolos e imagens. Decididamente, uma obra de arte!
O templo é a realização de uma visão e dedicado a 4 grandes sirks : Acharya Somasundarsuriji, Dharanashah, Rana Kumbha e acima de todos, Depaor Depaka, o arquiteto que tornou o sonho possível. (1446)
Uma curiosidade: ele tem 1440 pilares e nenhum é igual ao outro! E é um dos maiores e mais importantes templos jain.
Todas essas informações eu recebi lá no templo...porém, elas não batem com as do Lonely Planet que diz ser um templo dedicado a Adinath e foi construído em 1439.
Só sei que gostei muito !






sexta-feira, março 07, 2008

Dia 5 - tarde

06/02/2008 - Tarde

Depois fomos almoçar em um restaurante chamado Aroma. Não gostei da comida e, por isso, me garanti na banana e na mexerica. Aliás, as frutas da Índia são uma atração a parte! São extremamente coloridas e saborosas!
Quando acabamos, Clá deu a idéia de passarmos em uma loja de instrumentos musicais para conhecermos um pouco o som dos instrumentos típicos; muitos dos quais tínhamos visto no museu. O dono da loja, que também era músico, se chamava Bhagwati Prasad ( http://www.soundsofindia.com/ - site em manutenção) Ele tocou vários deles pra gente. Tenho gravado em vídeo ...quem sabe um dia ainda posto aqui...
Saímos às 16h e fomos para o hotel porque ali terminava o serviço do táxi para o dia.
Já às 18h, fomos ao Museu Bagore – Ki- Haveli onde acontecia diariamente uma apresentação de dança típica. ( Rs60 + Rs50 se quisesse entrar com câmera). Ele fica exatamente em frente ao lago onde navegamos no dia anterior. E o bacana foi pegar um autorickshaw pra chegar lá! (Rs50).
Entramos e logo nos deparamos com um artista que , por ter conquistado o primeiro lugar em um concurso de pintura, teve o direito de expor sua arte no museu. Ele ficou conversando conosco e fez um elefante na minha unha. ( que ainda hoje, 07/03, está em meu polegar). O elefante, na cultura indiana, é sinal de sorte e prosperidade.
Fazia frio e a apresentação fora a céu aberto. Depois de um pouco de atraso o show começou com instrumentistas que usavam os instrumentos que vimos no templo que fomos de manhã. Confesso que achei tudo muito amador e cansativo... e meio para turista ver tb sabe ? Mas valeu o transporte e a experiência...
Chegamos, jantamos e fomos dormir. Levantaríamos às 7h da manhã para tomar banho, café, fazer check out e seguir viagem...

terça-feira, março 04, 2008

Dia 5 - manhã

06/02/2008 - Manhã

Hum...melhor dia de sono!
Saímos às 10h para nosso último dia de passeio em Udaipur. Começamos pelo templo Jagadish , o maior e mais “tradicionalmente festivo” de Udaipur. Simplesmente fantástico! Cada templo é para um dos três deuses principais: Brahma ( deus da criação), Vishnu ( deus da proteção) e Shiva (deus da destruição do mal). Ainda não sei porque não tem uma bebida chamada Vishnu ! ;P
Esse era para o deus Vishnu e tinha uma riqueza de detalhes impressionante. Na base representam o diabo; logo acima, os elefantes que simbolizam prosperidade; depois, representações de seus costumes ( pessoas rezando, dançando e, novamente, posições do Kamasutra).
Nesse templo são feitos três rituais diários porque acreditam que, como nós, os deuses precisam de café da manhã ( cerimônia realizada às 5h da manhã ), almoço (10h ou 11h) e jantar (17h). Nesse momento oferecem dinheiro, colares, flores e orações. Em seguida, os homens sentam e começam a cantar e tocar instrumentos basicamente de percussão.
As mulheres sentam mais atrás e acompanham tudo batendo palmas até chegar sua hora de cantar. Não resisto e sento com elas. Uma delas me entrega um pedaço de alguma coisa feita de leite... tipo uma massa de pão. Agradeço e guardo. As outras mulheres comem.
Ficamos ali por um bom tempo ouvindo as explicações dos rituais. Cada templo tem um sacerdote que, auxiliado por sua família, cuida de sua manutenção e dos rituais. Ele não corta o cabelo e, dentro do templo, não pode olhar para nenhuma mulher porque está apenas com um vestido branco sem nada por baixo. Embora tenha status e o respeito de todos, logo percebemos as inúmeras privações pelas quais ele passa.
Após a cerimônia, sua esposa trouxe a comida que fora oferecida ao deus que fica no centro do altar e ao lado de sua “esposa” e da deusa do amor – ambas bem menores. Em seguida, a comida é distribuída para mendigos ( os intocáveis) na porta do templo.
Após nos encantarmos com tudo, desde a cerimônia até a arquitetura, saímos e pudemos vê-los comendo. Intrigante como não me chocou.
Seguimos para as compras em lojinhas populares ali por perto. Comprei dois álbuns para minhas fotos (Rs700,00) e Clá, dois vestidos.

Uma hora depois deixamos o local com destino a Bhartiya Lok Kala Museum, um pequeno museu com quadros , bijuterias típicas, instrumentos musicais e um pocket show com fantoches. Arrisquei alguns passinhos mas vi que não levo jeito pra coisa...rsrsrs...


O diabo na base e os elefantes em cima ...


O almoço dos intocáveis....

rsrsrs

segunda-feira, março 03, 2008

Udaipur


domingo, março 02, 2008

4º Dia

05/02/2008

Após uma boa dormida até 1h da manhã, eu acordo e Clá também. Na verdade, um indiano que entrou em sei lá qual estação vai descer e me acorda para que eu feche a porta...
Fiquei enrolando e controlando fome e vontade de fazer xixi. Decididamente eu estava disposta a chegar a Udaipur sem ir ao banheiro!
Chegamos 07h30min da manhã. A cidade é um pouco menor. Tem um trânsito melhorzinho e é mais limpa também. Ela foi fundada em 1567 por Maharana Udai Singh da linhagem dos Sisodias of Mewar – os descendentes do Deus Sol. Ali ficamos sabendo que todas as cidades fundadas por hindus recebem o nome de seu fundador acrescido do sufixo PUR. Por isso, Udaipur.
Ela também é conhecida como a cidade mais romântica do Rajasthan...
Entrei no hotel louca para usar o banheiro mas nosso quarto estava sendo limpo. Fomos para o restaurante tomar café... Estava tudo bom e engraçado. Simplesmente tudo que falávamos era motivo de gargalhada e, consequentemente, olhares curiosos.
Quando fomos para o quarto pude, enfim, usar o banheiro, descansar e tomar um banho...
Saímos às 12h45 para almoçar no jardim do hotel. Ele tem uma arquitetura antiga e muito bonita. Fica em frente a um dos três lagos artificiais da cidade; o Lake Fateh Sagar. Quando o cardápio chegou, eu fiquei muito feliz de poder comer algo mais familiar: fish & chips. E um garlic naan para acompanhar. Estava encharcado de óleo mas, ainda assim, comi tudo! Eu estava com muita fome!
Às 14h começamos a conhecer a cidade. Primeira parada: City Palace (Rs75,00). É o maior palácio do Rajasthan com uma fachada de 244m por 30,4m de altura. Embora construído por vários Mahajaras em diferentes momentos, o palácio é bem uniforme. O 1º foi o Mahajara Udai Singh II, o fundador da cidade.
Ele é dividido entre a ala do rei e a da rainha, totalmente independentes. Esse último é de fácil reconhecimento por ter todas as janelas fechadas.
Visitamos todo o complexo que é muito bonito. Dentre várias curiosidades, um quarto todo espelhado que reflete as posições do Kamasutra desenhadas na parede.
Do lado de fora, podemos ver o Lago Pichola no qual fizemos um passeio de barco (Rs300,00). Ele é o principal lago da cidade e abriga duas ilhas: Jagniwas e Jagmandir. No passeio, paramos nessa 2ª onde há um grande e famoso restaurante. A Jagniwas Island abriga um grande palácio que hoje funciona como um hotel. Esse complexo foi cenário para o filme Octopussy do James Bond.